quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Daniel Ganjaman escreve carta aberta para colunista do R7.


O colunista do portal R7 Daniel Castro escreveu ontem em sua coluna sobre o atraso do programa “Manos e Minas” mensionando o coletivo Instituto.

Daniel Ganjaman (centro-foto) que é produtor/integrante do Coletivo Instituto, escreveu uma carta aberta falando sobre a matéria publicada.

“Cachê irrisório adia Manos e Minas.”

Nas vésperas da gravação, os cenógrafos da emissora tiveram problemas com o projeto de cenário previamente aprovado. A atração também perdeu sua banda residente, o coletivo Instituto. Os músicos não aceitaram o cachê oferecido, de irrisórios R$ 50 por programa.”

Daniel Castro

Primeiramente, gostaria de deixar claro que não o conheço, nem o seu trabalho – até porque o assunto que trata sua coluna pouco me interessa. Venho aqui apenas me colocar diante uma informação absurda que o senhor publicou envolvendo a TV Cultura e a minha banda, o Instituto.

Fomos sim convidados a fazer parte do programa Manos e Minas, o que nos deixou extremamente honrados e lisonjeados. Acredito que o programa cumpre um papel extremamente importante na televisão brasileira, sendo como você mesmo disse “a única atração da TV brasileira voltada para a cultura da periferia”. Isso é fato, além de ser um assunto já muito discutido na internet e tambem na mídia impressa. Pois bem…

O que gostaria de esclarecer é que o real motivo de não estarmos nessa primeira etapa do programa foi exclusivamente um conflito de agendas. Estou produzindo um disco que já estava pré-agendado quando recebemos o convite da emissora. Achamos que seria prudente adiarmos essa conversa para um outro momento, assim teríamos como programar melhor esse compromisso com todos os envolvidos (afinal, somos uma banda de 8 integrantes).

Agora, o que me pergunto é o que levou o senhor – jornalista tão conhecido e renomado – a incluir uma informação absurda com tanta certeza da veracidade a ponto de detalhar o valor de cachê oferecido e ainda qualifica-lo como “irrisório”, colocando a emissora numa posição extremamente delicada não só com a banda, mas com toda a classe musical brasileira. É óbvio que esse valor nunca nos foi oferecido e a negociação toda com a emissora já estava praticamente de comum acordo entre as partes nesse sentido.

O que acho repudiante é o senhor ter publicado uma informação dessa gravidade sem saber se a fonte é confiável ou não, e é claro, não era. Isso põe em dúvida toda e qualquer outra informação que o senhor tenha publicado, ou venha a publicar. Um erro inaceitável pra qualquer jornalista que se preze.

Escrevi essa resposta pois considero o mínimo que posso fazer em respeito à TV Cultura, a toda cultura Hip Hop e a todo povo da periferia, perante tamanho absurdo que foi publicado pelo senhor em sua coluna.

Não espero nenhuma resposta, apenas respeito. Como já disse, o que o senhor escreve não me interessa.

Me perdoe algum erro de concordância ou de português, ou alguma incoerência no meu texto. Esse não é o meu trabalho.

Atenciosamente,

Daniel Ganjaman

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