Uma das promessas entre as novas séries da Fox, “Empire” (está no iTunes e na AppleTV mas ainda não tem previsão de estreia aqui) é uma daquelas produções que mais aproximam o gênero da novela. Nada de temas mirabolantes nem de conflitos nunca antes vistos na teledramaturgia. Esse enredo bebe assumidamente no “Rei Lear” para acompanhar o drama do patriarca de uma família, Lucious Lyon (Terrence Howard), que, sofrendo de uma doença terminal, precisa fazer a sucessão na empresa (a Empire) e não se decidiu entre os três filhos. Ele tem também uma ex-mulher, Cookie (Taraji P. Henson), que, no primeiro episódio, deixa a cadeia depois de 17 anos presa. Ela será uma de suas principais oponentes.
O império é uma gravadora de discos e o empresariamento de artistas de hip-hop. Entre as estrelas emergentes, estão dois dos filhos dele. Um deles, Lucious odeia por ser gay. O outro, preguiçoso, é seu favorito. O mais velho, advogado, também tem seus embates com o pai. A escolha não tem, portanto, um desfecho óbvio. Todos os personagens despertam ao mesmo tempo empatia e repulsa. Com isso, o público se engaja na trama da disputa.
A falta de originalidade do enredo é compensada pelo ambiente em que tudo se desenrola. Há as tramoias típicas dos bastidores da indústria fonográfica. Ao lado disso, os figurinos e a cenografia cheios de brilhos refletem o gosto duvidoso dos personagens e atribuem um charme especial ao programa. Localizar as produções em cenários marcantes fazendo que elas tenham uma cara própria é uma especialidade das séries americanas. Aqui não é diferente. Mesmo os mais resistentes podem se envolver com “Empire”. Não é Shakespeare, mas, bem feito, merece a sua atenção.
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Fonte: Kogut
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