terça-feira, 7 de abril de 2015

Mano Brown é liberado, Suplicy diz que rapper levou um mata Leão e pede respeito aos negros


O secretário de Direitos Humanos e Cidadania do município de São Paulo, Eduardo Suplicy, afirmou que um "forte policial deu um mata leão" no rapper Mano Brown e depois o derrubou no chão. O músico foi liberado pela Polícia Civil após ser detido na tarde desta segunda-feira (6) na Zona Sul de São Paulo.

Suplicy, que acompanhou a liberação do músico do grupo Racionais MC's, fez a declaração na sua página no Facebook na manhã desta terça-feira (7).

Segundo Suplicy, Mano Brown "foi à farmácia comprar um remédio para sua mãe, que esteve hospitalizada. No caminho, foi parado por batalhão de PMs. Abriu os vidros, desceu do carro. Mandaram ele elevar os braços por trás da cabeça. Brown pediu para não tocarem nele. Um forte policial deu-lhe um mata leão e o derrubou no chão. Diversos passaram a ofende-lo. Algemaram-no e o levaram ao 37DP, no Campo Limpo", diz o secretário na rede social.

"Vicente Cândido [deputado do PT] e eu fomos lá até que fosse liberado, às 20:30hs. Maior respeito e civilidade especialmente aos negros se faz necessário. O fato de o exame de saúde da carteira de habilitação estar vencido não justificava aquele procedimento", completou.

Admirador declarado do rapper, o secretário, que até o ano passado era senador, chegou a cantar músicas dele no Senado.

Entenda o caso:

O carro no qual Brown estava, um Jetta branco, foi parado por volta das 16h na Avenida Carlos Caldeira Filho, na altura do número 1.000, na região de Campo Limpo. No 37º Distrito Policial, os policiais disseram que Mano Brown freou bruscamente ao se deparar com a blitz e, por isso, os PMs deram ordem de parada.

O advogado do rapper, Raphael Ornaghi relatou que o cantor saiu do carro e os PMs pediram para que colocasse as mãos sobre o veículo. Quando Brown fazia o movimento para erguer os braços, um policial encostou nele e o cantor “pediu calma”, ainda segundo o advogado. Em seguida, o PM teria puxado os braços do artista, o algemado e jogado no chão.

Os PMs que estiveram na delegacia negaram qualquer agressão. Eles relataram, segundo o delegado Fábio Brandão, que "pediram educadamente e que o cantor não aceitou a revista pessoal", por isso foi necessário dominar o rapper. Eles acrescentaram que não houve abuso da força. Os policiais e o cantor relataram ao delegado truculência e ofensas da outra parte.

Segundo Brandão, o cantor não quis registrar um boletim de ocorrência por agressão. Uma requisição para exame de corpo de delito foi dada ao rapper.

Segundo a Polícia Militar, ele acabou detido por desobediência, desacato e resistência. O desacato é usado pela PM para configurar casos em que ela julga ter ocorrido ofensa ou "menosprezo ao funcionário público no exercício de sua função". O delegado diz que Brown assinou um termo circunstanciado apenas por desobediência e foi liberado.

O automóvel do rapper foi apreendido. Segundo policiais, o carro estava com problemas no licenciamento e o exame médico da carteira de habilitação de Brown estava vencido.

Fonte e texto: G1

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