quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Chega ao Brasil a Série ‘Empire’ baseada na industria da Black Music


Atração criada por Lee Daniels, de 'Preciosa', gira em torno de uma poderosa família da indústria fonográfica

Quando estreou nos Estados Unidos, em janeiro, “Empire”, série criada por Lee Daniels, já era uma grande aposta. Afinal, era a primeira incursão televisiva do diretor de “Preciosa” (2009), indicado a dois Oscars, e trazia um elenco de nomes fortes como Terence Howard e Taraji P. Henson. A produção contava ainda com um tema de apelo popular: a história de uma poderosa família da indústria fonográfica, que subiu na vida e construiu um império graças ao hip-hop. Isso tudo somado a um quê de novelão. Exibida no Brasil desde a quarta passada pelo Fox Life, sempre às 22h30m, a temporada de estreia conquistou mais de 9 milhões de espectadores com a exibição do seu primeiro episódio nos EUA e terminou com audiência de mais de 17 milhões. Com isso, a segunda temporada foi adiantada para 23 de setembro, e estreia aqui simultaneamente com a Fox americana. O fenômeno rendeu uma indicação ao Emmy de melhor atriz para Taraji e uma gritaria danada por a série não estar concorrendo a mais estatuetas no prêmio mais importante da TV.

— “Empire” se baseia na mistura do brilho e do glamour do mundo da música e das celebridades, com aquele jeito de novela, enquanto se mantém bem fiel aos problemas que enfrentamos no mundo — explica Jussie Smollett (na foto, em pé, à direita), que interpreta Jamal, irmão de um advogado engomadinho e ambicioso e de um rapper encrenqueiro, os três filhos do casal vivido por Howard e Taraji.


Na trama, Lucious Lyon (Terence Howard, ao centro) tenta escolher qual dos filhos comandará a Empire - Fox/Divulgação

Apesar de apresentar uma receita e tanto para o sucesso, o ator e músico de 32 anos jura que ninguém esperava o estrondo que a temporada fez.

— Não é que nós não estivéssemos esperando por esse sucesso. A gente simplesmente não pensava nisso. Depois de gravar o piloto, Lee me disse: “Garotinho, você fez tudo o que podia, agora deixe estar. Está nas mãos do universo”. Eu realmente carreguei essas palavras no meu coração e não criei muitas expectativas. Por isso estou feliz para diabo pelas coisas terem saído desse jeito — ri.

Na trama, Jamal é um rapper gay, que luta para provar sua competência para tocar os negócios da família e tenta se desvencilhar dos preconceitos do mundo do hip-hop. Smollett, que também é gay, frisa a importância da representatividade na TV, ainda mais em se tratando da TV aberta, onde a série é originalmente exibida nos EUA. Para ele, a “arte pode sacudir as coisas”:

— É importante mostrar a diversidade, mostrar uma família negra bem sucedida na TV. Nosso mundo não é apenas de um jeito. Queremos ver pessoas na TV que reflitam todas as esferas da vida. Amo essa série porque ela pode ser sobre uma família negra no hip-hop, mas as histórias de poder, família, sucesso, medo, julgamento e a necessidade de ser amado podem se identificar com qualquer um.



Protagonista de uma das cenas mais tocantes da primeira temporada, um flashback que mostra como o pai, ainda pobre, percebe que o filho é gay, Smollett conta que recebe muitas mensagens de pessoas na mesma situação.

— O retorno tem sido muito bonito. Sou parado na rua por pessoas que se conectam com a história de Jamal. Todos nós já fomos julgados em algum momento de nossas vidas, independentemente de onde viemos.

Agora, ator e elenco se preparam para a estreia da segunda temporada. Diferentemente do que aconteceu na estreia, desta vez as expectativas são bem altas.

— Céus, é muita pressão! Mas não podemos ficar presos a isso. É como quando Michael Jackson fez o “Off the wall”. Como ele poderia superar isso? Então ele veio com o “Thriller”. E as pessoas se identificaram com isso. Espero que a segunda temporada seja nosso “Thriller” — gargalha, sem nenhuma modéstia.

Fonte: O Globo

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