sexta-feira, 3 de julho de 2009

Usina do Gasômetro - Porto Alegre - RS


Ao ser proposta uma intervenção que explorasse a linguagem da arte urbana sobre a estrutura cenográfica da exposição comemorativa dos 80 anos da Usina do Gasômetro, é como se os artistas viessem a intervir na própria superfície da cidade. Uma cidade simbólica que habita a usina que por sua vez habita a cidade.

Apropriar-se do espaço de uma exposição existente é uma forma de instigar a questão do lugar dessa arte cuja essência é a transitoriedade e o efêmero. É algo que mais que o lugar ou a forma, questiona a validade dos valores da permanência na sociedade contemporânea.

Uma pintura em um muro da cidade é uma obra em transformação constante; há a ação do tempo transformando as cores e diluindo as linhas, há o “atropelamento” de outros artistas, pixadores ou propagandas e há até mesmo a própria extinção da obra por alguma insensível camada de tinta branca.

Para desespero de uns e deleite de outros o efêmero é a prerrogativa que pauta o que é a intervenção artística urbana, uma arte viva e mutável. Apenas o registro de fotografias e publicações ou os cânones são capazes de dar permanência a essa manifestação. Ao entrar no museu está instaurado o valor artístico da obra. Aquilo que passava desapercebido pelas ruas, ao ser enquadrado na galeria passa a ser visto com outro olhos e adquire um novo valor. Afinal que valor é esses? É do objeto em si ou um valor imposto.

Essa exposição poderia se transformar constantemente, ser enriquecida com novos traços e idéias todos os dias ou até mesmo virar algo completamente novo e vir a ser simplesmente pano de fundo para uma nova cena da cidade.

Com 1 milhão de visitantes por ano, a Usina do Gasômetro contempla em sua programação parceria com grupos de teatro locais, mostras de cinema, artes plásticas, fotografia e oficinas abertas a comunidade. A Usina é um dos principais pólos culturais da arte e símbolo da cidade de Porto Alegre.

fonte: Radio457FM

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