quinta-feira, 1 de março de 2012
Festival Back2Black versão Londres anuncia o rapper Criolo no lineup
Reluzentes exemplos das novas misturas da música brasileira, o cantor e rapper Criolo e o DJ de funk Sany Pitbull vão ser alguns dos destaques da versão inglesa do festival Back2Black. Depois de três edições no Rio, o evento vai integrar a programação cultural paralela às Olimpíadas de 2012, em Londres, e vai acontecer nos dias 29 e 30 de junho e 1 de julho, em um prédio antigo em Old Billingsgate, na região leste da capital inglesa. A escalação completa do festival vai ser anunciada no dia 8 de março.
— Não vamos fazer um evento segmentado, como é tão comum em Londres. Vamos trazer artistas brasileiros contemporâneos, que misturem raízes com modernidade — conta, por telefone, de Londres, a produtora Connie Lopes, uma das criadoras do festival. — Serão os nomes mais significativos dentro desse conceito de black, que é bastante abrangente.
O evento será feito em parceria com o Barbican Centre, um dos mais renomados centros culturais da Europa, e uma produtora local, responsável por eventos como o London Jazz Festival. A ponte entre a produção brasileira e a inglesa foi feita por Gilberto Gil.
— O Gil foi convidado para ser o curador de um dos cinco palcos que serão montados durante essa programação cultural paralela às Olimpíadas — explica Connie. — Vai haver um para cada continente, e Gil foi o escolhido para cuidar do palco da América do Sul. Ele sugeriu, então, a participação do Back2Black no evento, ideia rapidamente abraçada pela organização geral. Assim, ele se tornou o nosso, digamos, hostess.
A sugestão da organização era que o Back2Black fosse montado dentro do próprio Barbican. Mas a intenção da produção brasileira de fazer o evento de modo bastante semelhante à edição carioca — que acontece na centenária Estação Leopoldina, inaugurada no fim do século XIX — levou o festival para outro local.
— Ele vai acontecer num prédio antigo, histórico, que era um mercado de peixes, em Old Billingsgate, perto do Estádio Olímpico de Londres. Essa área reúne também boa parte da comunidade afro-caribenha da cidade, o que deve ajudar na aceitação do festival — afirma Connie.
A cenografia do local — que tem capacidade para três mil pessoas — será assinada por Bia Lessa, que está na capital inglesa visitando as instalações. Ali vão ser colocados os quatro palcos que serão utilizados pelo Back2Black, cada um com uma programação específica.
— O palco principal, que tem quase o mesmo tamanho daquele da Leopoldina, vai obviamente receber as atrações principais — conta a produtora. — Teremos também um palco para novos artistas, um para conferências e shows acústicos e um quarto para a apresentação de DJs e, eventualmente, alguma companhia de dança.
A produtora reconhece que é um grande desafio exportar um evento desse tipo para Londres, um dos principais centros musicais do planeta.
— Temos noção disso, claro, e vamos apostar nessas atrações contemporâneas para tornar o evento diferente de tudo o que acontece em Londres ligado à música brasileira — conta Connie. — Não faria sentido chegar a Londres apostando somente na tradição. Além do mais, como a saudosa Amy Winehouse e Adele provaram, já há muito retrô por aí. Temos que apostar nesse bom momento do Brasil para mostrar que a nossa música é avançada também.
Connie garante que a edição do festival em Londres não vai impedir que ele também seja realizado no Rio, onde o Back2Black acontece nos dias 24, 25 e 26 de agosto, mais uma vez na Leopoldina.
— Só lamento não poder levar aqueles vagões tombados para Londres — brinca a produtora.
Fonte: Radar Urbano
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