quarta-feira, 20 de maio de 2009

Encontro de trovadores e Mc´s em Porto Alegre


Calça folgada, cabeça protegida por boné ou chapéu, raciocínio rápido, ideias rimadas – a descrição serve tanto para um trovador campeiro como para um MC urbano. As semelhanças e as diferenças entre a trova gaúcha e o rap vão ser tema de um debate em prosa e verso amanhã, às 18h30min, na sede da ONG Trocando Ideia (Rua dos Andradas, 1.780), em Porto Alegre.

Na segunda-feira, Zero Hora reuniu representantes dos dois estilos para conversar sobre o que une os rimadores do campo e da cidade. De um lado da mesa, um trovador consagrado: José Portela Delavi, 71 anos, parceiro de José Mendes na autoria da clássica Para, Pedro, tarimbado em concursos de trova e desafios dentro e fora do Estado. Do outro, os MCs porto-alegrenses Cachola, 19 anos, Preto Speed, 27, e Folizz, 30 – este último, representante brasileiro do concurso mundial de freestyle (improviso) EOW (sigla para “end of weak”, “fim dos fracos” em inglês).

Na conversa, o trovador e os MCs compartilharam impressões sobre um desafio comum: improvisar respeitando as regras da rima, da métrica, do número de versos e até da ética dos duelos. Delavi citou um poema de sua autoria sobre o ofício do trovador: “Nunca pode ser nervoso, nem ter sangue meio quente / Que às vezes o concorrente é frio, é fraco e é urso / Então, perdendo o recurso, se lembra da mãe da gente”.

– Já lembraram da minha mãe várias vezes – comentou Preto Speed.

– E tu lembrou da minha uma vez! – retrucou Cachola, provocando o amigo.

Convidados pela reportagem, o trovador e os MCs concordaram em fazer um improviso juntos. Os ritmos da trova e do rap foram bem diferentes, mas foi curioso ver os quatro buscando, na hora, a palavra certa – um exercício descrito nos versos improvisados por Cachola: “O serviço de cada MC, de cada trovador / é passar a emoção e, ao mesmo tempo, até a dor”.

– O rap é a trova urbana. Às vezes o pessoal acha que o rap é mais difícil pela velocidade, mas a trova tem a métrica. O improviso do rap permite variações, você pode ganhar mais tempo para pensar – compara Diego Pixote, ex-rapper e hoje pesquisador da rima improvisada, um dos organizadores do encontro de amanhã.

fonte: Zero Hora

Assista a um improviso do trovador Portela Delavi e
dos MCs Cachola, Folizz e Preto Speed clicando aqui

Um comentário:

  1. dahora o blog velho!!!
    soh di hip hop
    tava precisando di um blog assim Xd...
    Abraço!

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