Como em todo evento de MMA, os lugares mais próximos do octógono são guardados para os promotores do evento, jornalistas credenciados e, como não poderia deixar de ser, convidados ilustres, que normalmente aumentam a visibilidade do show junto à imprensa. É uma velha tática que não falha.
E o último Jungle Fight, realizado na Rocinha no sábado (21) passado, não foi diferente. Com nomes na plateia do peso de Boninho, diretor global, e da ex-peoa Duda Yanchovick, quem mais chamou a atenção no telão posicionado atrás do octógono foi o rapper MV Bill, fã declarado de lutas.
Embalado pelas músicas ao estilo hip hop com as quais os competidores entravam para lutar, o cantor ensaiou alguns passos com a cabeça no ritmo da batida, além de gritar e vibrar com o equilíbrio dos combates, que reafirmaram a tendência do evento de promover shows em comunidades carentes.
- Acho super importante revelar novos talentos nas comunidades. Aliás, se analisarmos a origem dos nossos principais atletas, veremos que Zé Aldo, Minotauro, Shogun e até o próprio Anderson Silva vieram de famílias humildes. Por isso faço questão de oferecer ajuda ao Wallid Ismail [presidente do JF] e entregar as plantas de favelas que conheço pelo Brasil inteiro para levar o Jungle Fight até elas.
A inusitada oferta remete a outra ligação de Bill com o esporte. Além de assistir lutas “desde a época em que era chamado de vale-tudo”, o rapper, nascido e criado na Cidade de Deus, crê em uma proximidade musical do hip hop com atletas de MMA.
- Só nesse evento já entraram seis lutadores ao som de hip hop. Acho que isso tem a ver com a origem humilde e de lutas de todos eles, o que é uma característica comum ao estilo musical também. Por isso fico tão à vontade também. Se fosse para um jogador de futebol escolher uma música seria um sertanejo ou um pagode [risos].
Talvez não por acaso, uma de suas músicas novas - Liberte-se - foi escolhida pela organização do UFC como tema do vídeo de Junior “Cigano” para a disputa de cinturão dos pesos-pesados, quando o catarinense nocauteou o rival Cain Velasquez em pouco mais de um minuto.
Com tanta proximidade, o cantor arrisca até uma comparação vantajosa, e curiosa, em relação ao futebol, esporte número um entre os fãs brasileiros.
- O MMA é mais dinâmico, então posso trazer minha mina sem problemas para assistir Às lutas. No começo ela não gostava, igual ao futebol, mas hoje ele vê junto comigo [risos].
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