domingo, 27 de maio de 2012

#RapRJ Cone Crew Diretoria leva rap debochado ao Circo Voador #RapBr


Bonés coloridos, camiseta largona com fotos de Dr. Dre, Tupac Shakur e outros rappers famosos, bermudões, tatuagens, dreads e tênis de skatista. Fanfarrões e cheios de histórias, os integrantes do Cone Crew Diretoria estavam quase todos no Circo Voador para uma entrevista, dias antes do show que o grupo faz, nesta sexta-feira, na lona da Lapa. Só quem não apareceu foi o MC Cert. O músico tem medo de avião e, naquela tarde de segunda-feira, ainda estava no ônibus voltando de uma miniturnê que o coletivo de rap mais estourado do Rio fez pelo Sul do país.

- A gente chegou ontem, mas o Cert se recusa a entrar num avião. Ele diz que voar é como uma loteria ao contrário. Que em vez de ganhar você morre. E ninguém tira essa ideia da cabeça dele - explica Papatinho, “cérebro” por trás dos beats do Cone, achando graça da tese do amigo.

O maior problema é que a agenda repleta do grupo vem fazendo Cert quase morar na estrada. Nos próximos meses, ele vai de ônibus para Mato Grosso do Sul, Brasília, Espírito Santo e Nordeste. O Cone não para de viajar, e sua base de público cresce a cada dia. Já são mais de cem mil seguidores no Twitter e 250 mil fãs no Facebook. O clipe de “Chama os mulekes” estacionou no Top 10 da MTV e ultrapassou os 2,4 milhões de visualizações no YouTube. A apresentação de hoje vai ser a maior do coletivo no Rio.

- O maneiro de tocar no Circo é pensar que tudo começou aqui do lado. A gente se reunia toda quinta-feira, depois da Batalha do Conhecimento, na Fundição Progresso. A galera ficava rimando na rua até altas horas e voltava no 179 (Central-Recreio), trocando ideia e fazendo música - contou Papatinho, numa das poucas vezes em que não foi interrompido por uma piada.
Conseguir respostas sérias dessa galera é tarefa complicada. Papatinho e os MCs Maomé, Batoré, Rany Money e Ari fazem graça de tudo, deixando óbvio que o clima entre eles é o mesmo da época em que se conheceram, na pista de skate do condomínio Novo Leblon, na Barra da Tijuca, há mais de dez anos - Batoré era o “terror das festinhas de 15 anos” junto com os amigos. As noites na Batalha do Conhecimento uniram os garotos em torno do rap, e o Cone Crew começou em 2006.

Desde os primeiros shows, o coletivo foi chamado várias vezes de novo Planet Hemp. As letras falam muito sobre maconha, e o cantor Marcelo D2 até participou do disco “Com os neurônios evoluindo”, estreia do Cone, em 2011. Mas o grupo não tem aquela militância pró-legalização do Planet. A maconha está nos versos do grupo assim como estão a Lapa, as festas, garotas, duras da PM e tudo o mais que faz parte do cotidiano dos integrantes.

- O Planet é uma referência forte, mas a gente não levanta bandeira com a música. Apenas falamos o que queremos, com sentimento e sem qualquer censura. Só a nossa própria autocrítica - explica Maomé, que já usou seu talento de rimador para vender balas em ônibus.

As músicas do Cone são repletas de versos politicamente incorretos. “Lá pa Lapa”, primeiro hit do grupo, critica a polícia e exalta a maconha enquanto descreve o cotidiano dos garotos na boemia carioca, sempre com a marra própria dos rappers. O estilo debochado também está por toda a parte em “Chama os mulekes”. Tudo isso forma a atitude do Cone Crew e, claro, já rendeu algumas dores de cabeça.

- Num show em Petrópolis, a organizadora avisou que não poderíamos falar de droga nem usar palavrão. Na hora, o Batoré respondeu: “Então a gente vai fazer mímica...” - recorda-se Papatinho. - O show acabou na primeira música.

As revistas policiais se tornaram rotina. Os integrantes do Cone estão fazendo um vídeo reunindo “as abordagens policiais dos mais diferentes estados". Semana passada, foram tirados de um avião pela Polícia Federal. O motivo?

- Estávamos longe um do outro e, para conversar, precisávamos gritar um pouco. Os passageiros se incomodaram e começou a confusão. Os policiais nos levaram para uma sala, mas, no final das contas, pediram até um boné do Cone - conta Batoré.

A espontaneidade sem freio conquistou o público que estará no Circo Voador hoje, quando o Cone recebe convidados como a banda Start, de Stephan Peixoto (filho de D2), e Gil Metralha. A diretoria da lona prevê lotação máxima. Até ontem, metade dos ingressos já tinha sido vendida, e havia mais de três mil confirmações no Facebook. O Cone está na moda, e até virou alvo de críticas dos puristas do hip-hop, para quem o rap deve permanecer no underground.

- Underground é a minhoca, filho - debocha o MC Ari. - Mas vamos ao que interessa... Você vai botar a minha caroça no jornal?



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Fonte: Hip Hop Diario

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